No dia 13 de maio, a cidade de Santo Amaro comemora os 120 anos do Bembé. São 120 anos do começo de uma luta que permanece até hoje. A luta pela liberdade do povo negro escravizado que continua com a luta pela inclusão social.
Um dia após a assinatura da Lei Áurea (13 de maio de 1888) os senhores de engenho de Santo Amaro, inconformados com o fim do regime escravagista, pressionaram as suas lideranças parlamentares para que a lei fosse revogada e com ajuda do aparelho policial da cidade tentaram manter o sistema de trabalho escravo na cidade. Porém os negros libertos - conhecidos pejorativamente como os treze de maio - e alguns simpatizantes da causa, continuaram o movimento social para libertação daqueles que ainda permaneciam encarcerados. Assim, um ano depois, os negros decidiram comemorar na praça do mercado o aniversário da abolição, sem agradecimentos a princesa Isabel ou parada cívica, mas com muita festa e manifestações do candomblé saudando os Orixás, assim nasceu o Bembé (uma contração da palavra Candomblé). Durante os festejos são colocados diversos presentes para Iemanjá que logo após a festa são levados em oferenda a rainha do mar.
Muito mais que uma festejo anual, a comemoração do 13 de maio simboliza uma luta histórica do negro em defesa da liberdade física e religiosa, reafirmando a necessidade de reparação social para um povo excluído da sociedade por muitos anos e que nos dias atuais continuam travando batalhas contra o pior dos inimigo: o preconceito racial velado que permeia todo o corpo social do nosso país.
Este ano, a festa que será realizada de 13 a 17 de maio, renderá homenagens ao escultor e museólogo Emanoel Araújo e a sambista Edith do Prato. Acontecerá uma mesa redonda sobre cultura popular com a participação do Ministro da Cultura, Juca Ferreira, o cantor Caetano Veloso e a folclorista santamarensse Maria Mutti; além de um show com os cantores Jota Veloso e Ulisses Castro. Dezenas de terreiros de candomblé já confirmaram presença na comemoração dos 120 anos de Bembé.
Ney Didan
ResponderExcluirOlá,boa tarde, fico feliz em ver espaços como estes, de temas tao relevantes em especial ao Povo Negro Povo marcado.
Aproveito o tema sem me aproveitar, da forma particular,mas se faz nessesario lucidar a ocorrencia do que esta acontecendo ,com referencia ao 13 de maio eo sentido da data em especial ao Bembé do mercado em Santo Amaro,que corre o risco de perder o sentido memorial do evento socioreligioso,para folclorizaçao e comercializaçao. de costumes.
Santo Amaro, Ba.Faz Historia no 13 de maio de 1889 no Bembé do Mercado, quando a cidade foi palco, relevante, das primeiras expressões de manifestações apos a abolição, de cunho sociocultural e religioso no Brasil,evento este proferido liturgicamente em praça publica. Ao longo dos anos o sentido real da festa,se perdeu,em alguns períodos, ficando mais no imaginário popular de forma oral aos que praticavam,e os que ouviam falar,e sem registros oficiais,provavelmente pela resistência imposta por toda uma classe social, que ainda inseridas no contesto da cidade “NAQUELA ÉPOCA “ obvio pelas elites, os brancos e capitães mestiços do mato,que não aceitavam os abolidos,como gente cidadã, marginalizando excluindo da sociedade e evidenciando o não interesse por coisa de preto, em todos segmentos,mesmo porque, ate os pro pios,brancos e negros militantes abolicionistas,da bahia não fizeram referencia da festa,como marco,exaltando o sentido da grandeza minuciosa deste evento.Por tanto, 13 de maio de 2009 foi o dia `D´ da reflexão ou do inicio de uma nova abolição, de idéias,impostas e encravadas na memória dos afro-descendentes,culturalmente colonizados, que nada sabe ainda da avalia do seu povo, e que esse evento, saibamos diagnosticar lucidamente os interesses e motivos reais de sua evidencia hoje na sociedade, depois de 120 anos, sendo reconhecida pela sociedade, que antes oprimida e esquivada o nosso Bembé,que mts anos foi sucumbida,pela historia da Bahia, á sua notoriedade e sua grandeza na historiografia brasileira,tenhamos cuidado para que a festa não se transforme nada mais, de um canal de interesses avessos ao do sentido real, e seja desviado para interesses políticos,interesses financeiros,etc.e assim seja apenas fonte de promoção para uma pequena parcela da sociedade dominante que se beneficie mais uma vez da coisas de preto,e novamente provocar-mos, equívocos históricos,perdendo nossas referencias do que á nos é de direito,a nossa cultura a nossa crença,a nossa fé,e erroneamente poderemos criar o folclore do Bembé do Mercado,pra turista ver!!! Já é chegado a hora do povo mudar, e façamos dos nossos saberes armas, contra a exclusão de nossa historia,que não deixemos folclorizar a memória á fé, do nosso povo tão sofrido mais vibrantemente cheios de axé!.Assim o tema pautado no 13 de maio 2009 foi“Qual o sentido real da Festa do Bembé“ á tão genuína e relevante,festa do Bembé do Mercado,abordado em mesa redonda,compreendida por convidados especiais,expuseram assim suas interpretações sobre a festa de 120 anos.
E viva “O candomblé do Mercado“Viva o Bembé!!
Viva todos aqueles que fizeram e faz desta festa a continuidade da historia, para toda posteridade, mostrando a tradição de Fé cultura e resistência do negro de ontem do negro de hoje
Cidadãos genuinamente brasileiros.
Em especial damos Viva tds ORIXAS,viva a mãe OXUM a YEMANJA,que espiraram aos idealizadores voduncis q fez fé com tradições cidadania
VIVA.Ao Zé de Obá !Ao Tidu do Pilar!!Ao Nôca de Jacó.!
E agradecimentos dos afrodecendentes,aos mantenedores da tradição.
A Ya mãe Donalia!A Ya mãe Belinha!A Ya mãe Lídia!Ao Pai Poty José Raimundo,Agradecendo também a todos os 30 Terreiros que participaram MaesYas,Ogans,Equedis,Yaos,apreciadores.Viva ao povo negro.
Agradecemos também a D.Zilda Paim,Maria Mutti,Ana Rita Araújo ,D.Canô e Ubiratan Castro Araújo, que enriquecem de forma oral ou acadêmica, a memória na resistência da cultura respeitando as tradições historicas.
Ass;
Josenilson Aragão Cerqueira Ney Didan,
Cidadão.compositor,negro e candomblecista.